PARTE II
00:30:36,833
– Yasser Arafat:
- Ninguém
me pode obrigar a render.
Nem gosto
sequer de pronunciar essa palavra.
Estou
aqui para lutar e para vencer.
00:31:00,633
– Shimon Perez:
- Temos
uma paz muito dura.
Porque os
Palestinianos estão divididos.
Têm dois
grupos:
um
prosseguiu com as actividades terroristas, o segundo recusou-se a fazê-lo e
queria negociações.
00:31:23,733
– Yasser Arafat:
- Chego
com um ramo de oliveira numa mão,
e com a
arma da revolução na outra.
Não
deixem que o ramo de oliveira caia da minha mão.
Não deixem
que o ramo de oliveira caia da minha mão.
00:31:52,800
– Shimon Perez:
- Desde
os primeiros dias penso,
718
00:31:54,200
--> 00:31:55,466
719
00:31:55,466
--> 00:31:57,499
se
estamos preparados para nos perdoarmos,
por que é
que não perdoamos os outros?
A paz é
um diálogo, é uma paz inacabada, inacabada.
00:32:31,100
– Vladimir Soloviev:
- O que é
que está errado? Por que é que não se pode encontrar a receita da ordem mundial?
00:32:38,266
– Vladimir Putin:
- Como
disse antes, estes rudimentos de Guerra Fria e o passado não nos permitem
avançar activamente.
A Europa
aumentou, por intermédio dos países da Europa de Leste,
o que,
pelo menos nas últimas décadas, manteve
a União Soviética sob suspeita e, ultimamente,
procederam
do mesmo modo com a Rússia moderna.
Escutei
alguns líderes dos países europeus ocidentais
quando
debatíamos outros assuntos,
dizer-me:
Vocês fizeram isto ou aquilo contra nós!
Eu disse:
Nunca fizemos isso.
Foi a
União Soviética. Percebe? Eles têm estas frases estereotipadas.
- Um
único e o mesmo país. - Sim, pensam que somos a União Soviética.
Isso não
é verdade.
Ou não
compreendem, ou eles não querem perceber, porque é mais rentável.
Em muitos
países do Leste europeu, a propaganda contra a Rússia
e a
política tornaram-se o factor de lutas políticas internas.
É usada
apenas para chegar ao poder, para fortalecer o seu poder e eles exageram esses
factos.
Mas isso
é muito prejudicial e contraproducente.
00:33:49,700
--Vladimir Soloviev:
- Também
é interessante que, depois do colapso da União Soviética,
os que
não conseguiram proteger-se, foram forçados a dividir-se em partes mais
pequenas
- isto é,
foram reduzidos a pó - É conveniente.
00:34:03,700
– Vladimir Putin:
Essa
política foi aplicada desde o tempo do Império Romano.
Divide et
impera - divide, divide, divide em partes cada vez mais pequenas. São fáceis de
ser controladas.
Como se
viu, é mais fácil fazer uma tal política,
porque
pode sempre encontrar, especialmente em países com economia e situação social
instável
os que
estão sempre prontos a apoiar este separatismo, cisão e divisão constante.
Especialmente,
nos territórios correspondentes.
00:34:43,766
– Manifestantes:
- A
Ucrânia é Europa! A Ucrânia é Europa!
00:34:50,366
– Sahra Wagenknecht
- Não
penso que seja correcto tirar outros países fracos à União Europeia,
porque a
integração na Eurozona não será útil para esses países.
Por
exemplo, se a Ucrânia for conduzida para a União Europeia, -
embora
não pense que foi planeado seriamente -
dificilmente
poderia melhorar o seu bem-estar.
A
experiência passada dos países pobres da União Europeia demonstra
que um
processo de forte polarização começa depois da aceitação na Eurozona.
Há
vencedores neste processo
em toda a
parte - na Europa de Leste, Bulgária, Roménia;
fizeram
fortunas depois de serem integrados na União Europeia.
Mas o
preço é ainda mais pobreza dos que antes já eram pobres.
A
produção industrial foi destruída em muitos países,
porque
não foram capazes de satisfazer a competição.
Muitos
países perderam parte considerável das suas populações.
As
pessoas emigraram da Lituânia, Estónia, etc. numa escala maciça.
De facto,
não sei se há um modelo de futuro para esses países.
Há tudo o
que você deseja na Ucrânia,
mas não
há um sistema social que tenha em conta os interesses da maioria.
De valor,
são os interesses dos oligarcas
que
querem ter uma oportunidade, usando a exportação agrícola para a União
Europeia,
para se
enriquecerem ainda mais.
00:36:11,766
– Dmityry Peskov:
- A
tecnologia das revoluções coloridas
foi
implementada em muitas ocasiões:
"Bandeiras
Vermelhas" desta tecnologia, podem ser vistas em toda a parte.
O que
vimos na Ucrânia, há dois anos,
continha
uma quantidade de traços semelhantes
aos que
foram vistos no Médio Oriente e no Norte de África.
00:36:45,266
--> Locutor:
-
Comícios, a queda de um ditador e a liberdade total.
Estamos sempre
a cometer o mesmo erro por causa da "democratização"
Está
claro agora, que tudo é muito mais complicado.
00:36:59,566
-- Dmitry Peskov:
- Pode
dizer-se que são processos "a partir de baixo"
mas são
apenas altas tecnologias para provocar as massas
para
desejar uma mudança violenta de um regime.
00:37:13,700
-- Fyodor Lukjanov:
Isto é,
se falarmos de maneira franca e desconcertante, é uma mudança violenta do
regime.
É a
introdução de algum sistema
que está
sempre disfarçado como "democracia".
- Há uma
máxima bem conhecida: as democracias não lutam umas contra as outras.
Se for
assim, quanto maior for o número de democracias, menor será a ameaça de
ataque.
É lógico.
Se num
dado lugar a democracia não surgir por si mesma,
por algum
motivo,
é
necessário ajudá-la, estimulá-la.
Assim,
surgiu uma ideia sobre a democratização alargada a todo o Médio Oriente.
Foi o
pior que podia ter acontecido à ideia de democracia,
a
instrumentalização da ideia de democracia,
que
conduz à perda do seu sentido.
00:38:09,300
– Tavadros II:
Em 14 de
Agosto de 2013, uma centena de igrejas foram atacadas.
Foram
destruídas e queimadas.
- Esse
facto causou grande aflição aos cristãos do Egipto.
Quase
aconteceu uma guerra civil.
Recorri à
a minha autoridade e disse:
Mesmo que
todas as nossas igrejas sejam queimadas,
juntar-nos-emos
aos nossos irmãos muçulmanos para rezar nas mesquitas.
Se todas
as mesquitas forem queimadas,
rezaremos
juntos nas ruas.
00:38:53,900
– Perto de Menya, no Egipto:
Dor e
tristeza nos rostos.
Estes são
parentes de cristãos coptas egípcios,
que foram
raptados na Líbia e que se pensava terem sido mortos.
Cada
quadro desta encenação simbólica e monstruosa está ajustado.
Afluência
de ondas; presume-se que este tipo de clima era esperado:
um pouco
de tempestade, o céu cinzento.
A linha
da costa do Mediterrâneo é um sinal da Europa:
chegaremos
em breve, não está longe.
O lugar
da atrocidade permaneceu desconhecido.
Mas os
cristãos coptas foram capturados na cidade de Sirte, na Líbia.
Só o fumo
do incenso se ergue na igreja da aldeia.
Estas
orações são pelos mortos.
00:39:47,333
– Sergey Lavrov:
- É
absolutamente intolerável
permitir
aos terroristas tomarem conta do poder em Estados inteiros,
para
satisfazer os terroristas, até certo ponto.
Devíamos
pensar no destino dos países regionais.
para
salvar o seu secularismo, para salvar o Médio Oriente,
como
sendo o berço de todas as grandes religiões do mundo.
É
importante avançar com reformas políticas na região.
Mas não
como aconteceu na Primavera árabe:
derrubar
o regime para deixar desenvolver a democracia.
É
necessário ajudar os países regionais
que
estavam irritados por usar a intervenção exterior,
cujas
identidades regionais enfraqueceram seriamente.
O
resultado é que estes países estão quase impossibilitados de lutar contra o
terrorismo
e de
resistir à ameaça terrorista.
00:40:41,866
-- Sahra Wagenknecht
- Tudo
está identificado na luta contra o terrorismo.
Por
exemplo, a Arábia Saudita.
Embora
não seja uma organização terrorista.
este país
tem um sistema militar islâmico.
No
entanto, a Arábia Saudita, embora não seja a família real,
ajuda
financeiramente as estruturas terroristas.
Apesar
disso, o país é um aliado dos EUA e da Europa.
Infelizmente,
hoje em dia luta contra o terrorismo não é uma luta total.
00:41:17,800
– Jon Stwart:
- Com que
equipa é que estamos no Médio Oriente?
Tanto
quanto sei, lutamos contra o Iraque,
para
derrotar o ISIS, e fazemo-lo juntamente com o Irão.
Mas no
Iémen, lutamos contra o Irão.
juntamente
com os iraquianos e com os sauditas!
00:41:38,633
– Obama:
- Não é
bem assim!
00:41:42,033
-- Jon Stwart:
- Quem é
que estamos a bombardear?
00:41:49,933
– Oliver Stone:
- Não
partimos do Médio Oriente.
Ainda
estamos lá.
Estamos
presos, criando um erro atrás do outro.
Como um
urso enorme, com uma pata no pote do mel,
esticando
a outra pata em direcção a ele,
Erguendo a
pata e tentando libertar-se.
Isto é
destruidor!
00:42:13,266
– Dmitry Peskov:
- Claro,
qualquer país, qualquer líder razoável, terá conhecimento da situação
em que um
caos controlado, poderá evoluir para um processo termonuclear descontrolado.
Isso aconteceu
no fim.
Quando
começaram a falar sobre todo o Médio Oriente,
foi no
final do século passado,
quando os
especialistas e os líderes começaram a usar esta nomenclatura,
pareceu
pedantismo durante algum tempo,
porque o
seu significado prático não estava claro.
Só agora
podemos declarar com certeza,
que esta
cadeia de revoluções coloridas,
que devia
ter sido limitada dentro do caos controlado,
aconteceu
neste espaço designado como o Grande Médio Oriente.
00:43:20,766
– Vyacheslav Nikonov:
- Iraque,
Síria, Líbia.
Muitas
pessoas começaram a viver em países que tinham cessado de ser países.
Eram
países estáveis, em termos do mundo árabe da África.
Eram
Estados muito estáveis e mesmo prósperos.
Já não o
são actualmente.
00:42:50,666
–Dmitry Peskov:
- A
classificação de um grande número de países, de acordo com um “padrão
normalizado,”
ainda
continua.
Ultimamente,
escutamos dos representantes oficiais
essa
definição para a Grande Ásia Central.
É uma
razão adicional para os politólogos pensarem,
tentando
compreender o que é que isso representa.
00:44:07,766
– Vladimir Soloviev
- Temos
alguma receita contra a exportação de revoluções?
00:44:11,966
– Vladimir Putin:
- Não.
Devemos ter apenas uma receita,
reforçando
o instituto da lei internacional actual, como eu disse antes.
Não pode
haver uma interpretação ambígua
a
respeito da soberania e da necessidade de respeitá-la.
Há novas
'falhas de informação', por exemplo, no que diz respeito à Síria e a outros
estados.
É fácil
declarar que o governo de um estado é ilegítimo.
Onde está
o critério de legitimidade? Quem o inventou? Quem é que decide?
Se
seguirmos esta via e falarmos assim,
utilizando
uma abordagem voluntarista, onde as noções não são enunciadas de forma clara e
inequívoca,
haverá a
anarquia!
00:45:09,500
– Vladimir Soloviev
- O caos
já existe! Considere o Período da Migração.
A
totalidade da visão do mundo jurídico está inutilizada. Como lidar com isso?
00:45:18,300
– Vladimir Putin:
- Não
apenas a visão jurídica. As visões religiosas e étnicas também estão confusas.
A Europa
pode perder a sua identidade.
Claro que
é necessário ajudar as pessoas que estão em dificuldades
e dar
ajuda aos refugiados. É óbvio.
Neste
sentido, os motivos humanísticos e as causas impulsivas que surgem
merecem
ajuda em todos os sentidos.
Mas o
ponto principal - e eu falei sobre isso -
é não
perturbar os governos legítimos,
não
destruir as suas soberanias, mesmo que pareçam não ser perfeitas.
Se alguém
pensar o contrário, o que é que pode ser feito sem violar a lei internacional?
Para
legalizar a ajuda a essas forças dentro de um país
que
corresponde aos vossos valores, talvez dar uma ajuda financeira,
fornecer
informação, ajudar politicamente.
Mas não
deve penetrar como um elefante numa loja de vidros, caminhando com passos
pesados!
Não deve
agitar esses países e violar a sua soberania!
Ajudar,
se pensa que essa nação merece um regime melhor
do que o
sistema de governo sob o qual vive,
ajudar os
cidadãos desse país que estão prontos a lutar pelos seus ideais.
00:46:54,000
– Vladimir Soloviev:
- Eles
podem ouvi-lo quando lhes diz isso?
00:46:55,800
-- Vladimir Putin:
- Estão a
escutar!
Não sei
dizer quando escutam.
Se tudo
isso está a acontecer, não parecem ser capazes de escutar.
A
resolução bem conhecida sobre a Líbia foi aceite, não recordo o número.
O que é
que isso implicou? - Uma zona onde não se podia sobrevoar. Uma zona de exclusão
aérea.
De facto,
começaram a realizar ataques ao território
com o
objectivo de derrubar o governo.
O pobre
Qaddafi foi derrubado e morto cruelmente.
O que
aconteceu depois? A Democracia?
O
Embaixador dos Estados Unidos foi morto brutalmente. Também foi morto
desumanamente.
O que é
que conseguiram? Porque o fizeram?
Mais
tarde, as Nações Unidas anunciaram a criação de um governo unido.
Quanto
tempo durou? É uma pergunta.
Houve a
divisão do direito de propriedade,
a
repartição dos recursos naturais.
Podia ter
sido feito de outra maneira? Para quê?
Era
necessário mais tempo.
Eram necessários mais esforços, uma atitude mais cuidadosa em relação ao povo.
Mais cedo
ou mais tarde, a transformação teria ocorrido
sem essas
consequências catastróficas
e sem
centenas de milhares de refugiados.
00:48:11,833
-- Muammar Qadaffi:
- A
negligência da estabilidade na Líbia, irá resultar num colapso devido à
instabilidade no Mediterrâneo.
No caso
do nosso poder na Líbia ter de cessar,
milhões
de africanos irão fugir para a Itália e para a França.
A população da Europa será maioritariamente 'negra', dentro em breve.
Impedimos
a imigração resistindo à al-Qaeda.
Se a
estabilidade na Líbia for interrompida,
irá
causar imediatamente más consequências para os países da Europa e do
Mediterrâneo.
E todos
estarão em perigo.
00:48:54,533
– Locutor:
- Mais de
10 000 imigrantes afogaram-se no mar, entre a Itália e a Líbia, na semana
passada.
A Grã Bretanha,
a Bélgica e a Alemanha enviaram barcos para o mar Mediterrâneo.
Mas o
Primeiro Ministro, David Cameron, afirmou que estas ofertas de ajuda
não
implicavam a aceitação dos refugiados.
- Londres
propõe uma punição de 5 anos de cadeia para quem ajudar os imigrantes
ilegais.
E o
Primeiro Ministro Cameron afirmou mesmo, que o Reino Unido devia ser protegido
deste "enxame de pessoas".
Cameron
não explicou, se compreendia que referia o mesmo povo
que ele
felicitou pela vitória na Líbia e a quem agradeceu por ter derrubado Qaddafi,
depois
dos bombardeamentos da NATO.
- A vossa
cidade deu a inspiração a todo o mundo,
porque
derrubaram o ditador e escolheram a liberdade.
00:49:47,633
– Refugiado:
- Hoje dispararam sobre nós. Eu vi por mim mesmo.
Os
polícias macedónios atiraram sobre nós.
00:50:02,033
– VOLUNTÁRIO:
- Os
refugiados estão aqui há vários meses.
Necessitam
comida. Não dormem o suficiente.
Não
têm quase nada para vestir.
O inverno
está a chegar e a temperatura está a descer.
Aqui é muito frio no Inverno.
Se os
deixamos nas ruas, sob uma ponte ou numa avenida,
nunca
mais vão escapar desta situação difícil.
Penso que
os refugiados não vão causar problemas aos franceses.
00:50:32,000
-- Karim (voluntário) Paris:
- Como
vamos resolver o problema de emprego deles
se nós também o temos?
E isto é
apenas a primeira onda de imigrantes.
Muitos
deles estão de passagem.
00:50:44,400
-- Dominique Strauss-Kahn
-
Queremos ir mais longe. Associamos o nosso futuro à Europa.
As
desigualdades de desenvolvimento que existiram no passado não eram tão
óbvias.
O
desenvolvimento dos meios de comunicação por intermédio da Internet, da televisão
contribui
para o facto de que todo o mundo, quase todo o mundo,
estar mais
conhecedor dos acontecimentos noutros lugares
e pode
ver e viver estas desigualdades.
E aqui,
tornam-se mais insuportáveis.
Assim, o
desejo de irem para sítios mais prósperos
onde
esperamos, talvez em vão, encontrar um emprego e enviar dinheiro às nossas
famílias.
Este
desejo já existia há muito tempo.
Mas
antes, era menos real.
Neste
momento o desejo é mais forte,
e, de
certo modo, torna-se mais real.
Porque os
meios de transporte tornaram-se mais acessíveis.
Porque o
fenómeno de migração em direcção aos lugares mais ricos do mundo
não tem uma razão para parar.
Pelo
contrário, torna-se cada vez mais forte.
00:51:51,500
– Manifestações contra a presença dos refugiados:
- A
Merkel tem de ir embora! - gritava a multidão em protesto contra os imigrantes.
Na
véspera, centenas de pessoas saíram para as ruas de Leipzig.
Erguem os punhos, gritam 'Fora' e prometem incendiar as casas dos refugiados.
Os
nacionalistas locais percorrem as ruas da Riza alemã.
O lema dos ultra da direita - A Alemanha não é
lugar para refugiados!
00:52:14,000
– Wolfgan Schüssel:
- Hoje em dia, 24
% da população austríaca é composta por indivíduos que não nasceram na Austria.
1239
00:52:19,000
--> 00:52:19,566
1240
00:52:19,566
--> 00:52:22,866
Se
falarmos de escolas, por exemplo, na minha cidade natal, Viena,
A língua
alemã não é a língua nativa de mais de 50% dos alunos.
Penso que
é a maneira da sociedade estar a mudar.
00:52:31,233
– Vladimir Soloviev:
- Veja o
que está a acontecer na Europa:
Por um
lado, há uma onda de refugiados, como dissemos,
Por outro
lado, há um aumento de nacionalismo...
e as
pessoas perdem a orientação.
00:52:41,633
– Vladimir Putin:
- Não
lancem a Europa para o balde do lixo.
- De
maneira nenhuma. - A Europa unida representa mais de 300 milhões de
pessoas,
- De maneira nenhuma. - A Europa unida representa mais de 300 milhões de pessoas,
Recupera,
é bom, recupera o espaço como moeda de reserva mundial.
É bom,
pois, quando há apenas uma moeda de reserva, o dólar americano,
restringe
o espaço de manobra para a totalidade da economia mundial.
A Europa
moderna é a que é, com todas as contradições internas
e com
todas as tendências positivas do seu desenvolvimento.
00:53:25,800
–Fyodor Lukjanov:
- A
Europa sofre uma crise sistemática do projecto de integração
que foi
planeado no séc. XX.
Por isso,
não é que o modelo seja mau,
pelo
contrário, foi maravilhosamente planeado.
Um modelo genial de interacção europeia, mas esgotou-se.
foi
sempre um projecto da elite.
Podemos
observar o processo evidente das elites europeias, dos grupos de poder, a serem
separados da população.
A
população deixou de compreender o que as autoridades estão a fazer.
00:54:11,433
– Lord David Owen:
- A União
Europeia finge ser um país único.
Se fosse um
país único, tinha de ter fronteiras abertas,
uma moeda
única, uma única organização das Forças Armadas, uma política externa única,
etc.
É a
reclamação de um direito.
00:54:29,166
– Ivan Blo:
- A
Europa está debaixo da influência americana, desde o fim da Segunda Guerra
Mundial.
Mesmo em
1945, o General de Gaulle não concordou com a proposta dos americanos
de
empossar um americano com o cargo de governador da França, durante 2 a 3 anos.
De Gaule
disse, então: Não, de maneira nenhuma!
Além
disso, pensava que o dólar tinha uma posição demasiado privilegiada
e propôs
tornar o ouro numa moeda neutra.
De Gaulle
disse que, desde então, teria de ser dessa maneira.
Depois, o
General tomou a decisão de desligar-se da organização militar da NATO.
Mas em
1969, de Gaulle reformou-se.
E penso
que os americanos suspiraram de alívio.
Finalmente,
essa pessoa intolerável saía do caminho deles.
Depois da
aposentadoria de De Gaulle, seguiram-se vários presidentes,
mas todos
tiveram medo de prejudicar as relações com os Estados Unidos.
excepto,
talvez, apenas Jacques Chirac.
00:55:32,433
– Sahra Wagenknecht
- A
Alemanha é, formalmente, independente.
Segundo
penso, a Alemanha tem soberania e forças militares suficientes para levantar dificuldades aos EUA.
Não o
faz, ou fá-lo raramente.
Como
exemplo, a Alemanha permite que a guerra dos drones seja conduzida a partir do
seu território,
o que
contradiz, nitidamente, a sua constituição.
- Onde
estava, Senhora Merkel, quando a Líbia foi bombardeada?
Onde
estava quando a oposição à Síria foi introduzida e apoiada?
Deste
modo, os EUA aumentam, simplesmente, a sua influência,
e
fazem-no de maneira bem sucedida. Não se apercebe, Snra. Merkel?
Até mesmo
Zbigniew Brzezinski falou mencionou esse facto.
Mas a
Senhora, como sua vassala, concordou com tudo.
Certos
centros analíticos da América estão fixados na comunicação mediática da
Alemanha.
Todos os
políticos da Alemanha o sabem,
e quanto
mais alta é a sua posição, melhor compreendem
que logo
que exprimam a sua opinião,
haverá
uma opinião completamente oposta, na comunicação mediática.
E é mais
do que suficiente para muitos não entrarem neste conflito.
00:56:37,400
– Julian Assange:
- A
maioria dos acontecimentos das Nações Unidas, ocorre em Nova York.
A
totalidade do sistema de comunicação é fornecido pelo AT&T,
uma
companhia americana de telefones e telégrafos.
Deste
modo, o movimento actual da Internet, dos emails, faxes,
chamadas
telefónicas e Skype, fazem-se através dos cabos da AT&T.
É a maior
empresa americana de telecomunicações,
muito
chegada ao governo dos EUA.
Tem um
acordo secreto com a NSA,
segundo o
qual é registada cada mensagem de email que chega do exterior das Nações
Unidas.
00:57:13,266
– Ivan Blo:
- Tal
pressão não é rara na conjuntura internacional, especialmente na política
económica.
Claro que
a pressão não é feita publicamente. Eles preferem as chamadas telefónicas.
Mas isso
é um facto.
00:57:28,400
– Vladimir Putin:
- Como
exemplo, dar-vos-ei um verdadeiro: uma epidemia de multas contra as empresas
europeias,
do lado
dos EUA. São empregues argumentos falsos.
Os que se
atrevem a desobedecer às sanções uniletarais americanas são punidos severamente.
Um banco
francês foi multado em cerca de 9 biliões de dólares, no ano passado.
Penso que
foram 8, 9 biliões.
A Toyota
pagou 1,2 biliões de dólares.
O
Kommerzbank alemão assinou o acordo para
pagar ao orçamento americano, a quantia de 1,7 biliões de dólares.
Etc., ed
cetera.
Pode
alguém tratar os seus aliados desta maneira? Não.
Pode-se
tratar os vassalos desta forma; os que se atreverem a agir de acordo com os
seus pontos de vista,
são
punidos por mau comportamento.
00:58:27,733
– Vyacheslav Nikonov:
- Os EUA
arrogaram-se o direito de interpretar a lei e incorporar o direito
internacional por si mesmos.
O mesmo
acontece com as leis nacionais.
Aliás,
não só dentro da América, mas nas leis nacionais de cada país.
00:58:44,866
– Dominique Strauss-Kahn
- O maior
problema que enfrentei enquanto era o Director Geral do FMI (Fundo Monetário
Internacional),
foi o
Congresso americano.
Porque o
Congresso americano não favorece associações múltiplas.
Claro que
os EUA têm um papel importante e isso é normal. E tem uma autoridade notável.
Mas não
decidem sozinhos.
E pode
acontecer haver decisões de que possam não gostar.
00:59:11,833
– Locutor:
-
Dominique Strauss-Kahn, executivo financeiro, Director do Fundo Monetário
Internacional.
Tem a
característica de tomar decisões extremamente independentes,
colocou em dúvida a necessidade e a possibilidade do domínio do dólar americano.
Decidiu
candidatar-se à Presidência da França.
Estava à
frente com larga margem
até ser
atirado para uma cela, em Nova York, sob falsas acusações de violar
prostitutas
e mulheres sem abrigo.
O caso
contra ele caiu pela base, mas a carreira política de Strauss-Kahn ficou
destruída.
00:59:41,866
– Dominique Strauss-Kahn
- Não me
coloco no papel de herói, mas de facto,
condenar
esses sentimentos pelo sistema em que vivemos,
as
desigualdades criadas, significa algo como pôr esta economia em dúvida.
A continuar ...
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