Encontro do Clube Internacional de Debates de Valdai
Vladimir Putin participou na sessão plenária final da 14ª reunião anual do Clube Internacional de Debates de Valdai, intitulado:
O Mundo do Futuro: Incentivar do Conflito para a Cooperação.
19 de Outubro de 2017
20:10
Sochi
Vladimir Putin participou na sessão plenária final da 14ª reunião anual do Clube Internacional de Debates de Valdai, intitulado:
O Mundo do Futuro: Incentivar do Conflito para a Cooperação.
19 de Outubro de 2017
20:10
Sochi
Fyodor Lukyanov: Agora dou a palavra ao Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, para nos instilar algum optimismo.
Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin: Muito obrigado. Não tenho a certeza de quão optimista soará, mas sei que, nos últimos três dias, tiveram debates muito acalorados. Como já se tornou hábito, tentarei partilhar convosco o que penso sobre algumas das questões. Por favor, não levem a mal se referir algo que já foi dito, pois não acompanhei os debates.
Para começar, gostaria de dar as boas vindas ao Snr. Karzai, ao Snr. Ma e ao Snr. Toje e a todos os colegas e amigos. Vejo muitos rostos familiares no auditório. Sejam bem-vindos à reunião do Clube Valdai.
Por tradição, este fórum dedica-se ao debate dos assuntos políticos e económicos globais mais urgentes. Desta vez, os organizadores, como já mencionado, encararam um desafio bastante difícil pedindo aos participantes que tentem olhar mais além do horizonte e reflectir sobre o que vai acontecer nas próximas décadas, quer na Rússia, quer na comunidade internacional.
Claro que é impossível prever tudo e ter em conta todas as oportunidades e riscos que teremos de enfrentar. No entanto, necessitamos compreender e sentir as principais tendências para procurar respostas inovadoras aos problemas que o futuro está a apresentar, neste momento e certamente irá colocar ainda mais. O ritmo dos desenvolvimentos é tal, que devemos reagir ágil e continuamente.
O mundo entrou numa era de mudanças rápidas. Coisas que eram referidas recentemente como fantásticas ou inatingíveis, tornaram-se uma realidade, concretizaram-se e fazem parte das nossas vidas diárias.
Processos qualitativamente novos estão a desdobrar-se, em simultâneo, em todas as esferas. O ritmo acelerado da vida pública em vários países e as revoluções tecnológicas estão agora entrelaçadas com as mudanças na arena internacional. A competição por um lugar na hierarquia global está a acentuar-se. No entanto, já não são aplicáveis muitas receitas do passado para o governo global, para a superação de conflitos, bem como para as contradições naturais. Falham, muitas vezes, e as novas ainda não foram desenvolvidas.
Naturalmente, os interesses dos Estados nem sempre coincidem, longe disso. É normal e natural. Sempre foi esse caso. Os principais poderes têm inúmeras estratégias geopolíticas e percepções do mundo. Esta é a essência imutável das relações internacionais, que se baseia no equilíbrio entre a cooperação e a competição.
Na verdade, quando este equilíbrio é perturbado, quando a observância e até a existência de regras de conduta universais são questionadas, quando os interesses são pressionados a qualquer custo, as disputas tornam-se imprevisíveis e perigosas e conduzem a conflitos violentos.
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