EXCLUSIVO: Putin esmaga Primeiro Ministro britânico:
A reivindicação de Cameron de que a
Rússia estava interessada na Brexit, é infundada.
Gostaria de dizer, algumas palavras
sobre as declarações feitas antes da votação na Grã-Bretanha e depois dela.
Naturalmente, seguimos de perto a votação, mas nunca interferimos ou tentamos
influenciá-la. Portanto, as declarações do Primeiro Ministro britânico, David
Cameron, sobre a posição da Rússia antes do referendo, não tinham fundamento
algum.
Penso que foi uma tentativa inadequada
de influenciar a opinião pública do país. Como podemos ver, não funcionou. Em
minha opinião, é ainda mais inoportuno falar sobre a suposta posição da Rússia
após a votação. De facto, é um discurso político de baixo nível.
Vamos abordar agora o âmago da
questão. Claro, que terá consequências para a Grã-Bretanha e para a totalidade
da Europa. A campanha do referendo e os resultados posteriores apontam para a autoconfiança
do Governo britânico e para a atitude arrogante perante as decisões de mudança
de vida no país e na Europa em geral. Irá ter efeitos em todo o mundo. Mais uma
vez, os mesmos são inevitáveis - tanto os positivos como os negativos. Escusado
será dizer que, a médio prazo, tudo irá voltar ao normal. O tempo dirá se
haverá mais vantagens ou desvantagens.
Parece-me que os cidadãos britânicos
comuns irão perceber por que razão o referendo aconteceu. Em primeiro lugar,
ninguém quer alimentar e subsidiar economias mais fracas e apoiar outras nações e
estados. É um facto óbvio. É evidente, que
as pessoas estão descontentes com a segurança, que foi corroída por ondas de
migrações poderosas. As pessoas querem ser mais independentes.
Um dos dirigentes da União Europeia -
um antigo líder - referiu-me que a
proporção das decisões vinculativas adoptadas pelo Parlamento Europeu é mais
elevada do que a que foi feita pelo Soviete Supremo da URSS, em relação às
repúblicas soviéticas.
Este facto significa que a concentração
do poder das chefias, é muito alta. Alguns gostam e querem continuar neste
caminho de eliminar as fronteiras nacionais, ao passo que outros não gostam
dele. A julgar por tudo e pelos resultados da votação, a esmagadora maioria dos
súbditos britânicos não gosta disso. Não lhes convém.
No entanto, gostaria de reiterar o que
disse recentemente no Forum Económico Internacional de S. Petersburgo. Esta é a
escolha feita pelos súbditos britânicos. Não interferimos, não estamos a
interferir e nunca iremos interferir no mesmo, de maneira nenhuma. De acordo
com todas as indicações, inferímos que seguir-se-ão certos procedimentos
formais, relacionados com a decisão do povo britânico em abandonar a União Europeia.
Vamos observar de perto e analisar,
procurando minimizar quaisquer consequências negativas que esta decisão possa
ter na nossa economia, porque, considerando o abanão que provocou nos mercados
e nas moedas, está sujeito a ter impacto e já está a tê-lo, sobre os índices
das bolsas de valores e, portanto, sobre os preços dos nossos produtos
tradicionais, mas tenho a certeza de que tudo se vai ajustar, num futuro muito
próximo.
Não esperamos que o resultado seja uma
agitação global. Claro que, como disse, estaremos a observar de perto os
acontecimentos e a ajustar a nossa política económica e as nossas relações com
os nossos parceiros europeus.
Em relação à política de sanções,
penso que, de maneira alguma irá afectar as relações com a União Europeia a
este respeito. Não fomos os que iniciaram essas restrições, sancionadas por
ambos os lados. Respondemos, apenas, às restrições
que foram impostas ao nosso país.
Gostaria de reiterar que, se os nossos
parceiros estiverem preparados para um diálogo construtivo sobre estes
assuntos, nós também estamos. Não estamos, somente, aptos a fazê-lo, como
também o procuramos e iremos responder decisivamente às iniciativas positivas,
mas não podemos esperar que fazer certas coisas que estão para além do alcance
dos nossos poderes.
Todos sabemos que estas restrições
estão supostamente ligadas à aplicação dos acordos de Minsk, mas, hoje, os
aspectos fundamentais da aplicação dos acordos Minsk estão nas mãos dos nossos
parceiros de Kiev, nas mãos das autoridades de Kiev. Sem eles, não podemos
fazer nada. Não podemos alterar a Constituição ucrâniana; não podemos aplicar e
fazer cumprir a lei sobre formas especiais de governança nos territórios bem conhecidos
das Repúblicas Populares de Lugansk e de Donetsk; não podemos assinar uma lei
de amnistia a favor do Presidente ucrâniano.
Estas são questões-chave na resolução
da situação de Donbass. E é simplesmente absurdo, esperar que tomemos essas
decisões. Não consigo pensar noutra palavra mais adequada. No entanto, temos trabalhado
pacientemente e estamos dispostos a continuar a trabalhar da mesma maneira, com
paciência, tanto com os nossos parceiros ucrânianos, como com os nossos
parceiros da União Europeia. No entanto, não há outra maneira de resolver
totalmente a situação em Donbass senão através da implementação dos acordos de
Minsk.
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