Vladimir Putin -- Reunião com o Serviço Federal de Segurança (FSB)
Vladimir Putin tomou parte num encontro alargado do
Serviço Federal de Segurança (FSB) a fm de discutir os resultados para 2016 e
as tarefas prioritárias para assegurar a segurança nacional da Rússia.
Fevereiro 16, 2017
13:50
Moscovo
Presidente Vladimir Putin: Boa tarde.
Estes encontros anuais do Conselho do FSB oferecem a
oportunidade de nos encontrarmos e não só, mas de analisar e rever em profundidade
os resultados do trabalho da organização ao longo desse período, como
também de discutir, demoradamente, todos os assuntos importantes de
segurança nacional, em geral e delinear as prioridades para o futuro imediato e
a longo prazo.
O FSB desempenha um papel fundamental na protecção da nossa
ordem constitucional, na soberania do nossos país e a defender o nosso
povo contra as ameaças no país e no estrangeiro.
Deixem-me dizer desde o início que os resultados do ano
passado foram positivos e mostram uma boa evolução. Isto diz respeito
ao vosso trabalho em combater o terrorismo e o extremismo, numa série de
operações de contra-espionagem bem sucedidas e nos vossos esforços em combater
o crime económico e outras áreas.
Vocês proporcionaram um alto padrão de segurança durante
os grandes acontecimentos públicos, incluindo a eleição da Duma do Estado e as
eleições regionais e locais.
Gostaria de agradecer tanto aos executivos como ao
pessoal pela sua atitude consciente em relação ao seu trabalho e ao
desempenho atempado e eficiente das suas funções.
Entretanto, as exigências de qualidade e dos
resultados do vosso trabalho crescem constantemente. A situação
global não se tornou mais estável, melhor dizendo, durante o ano passado. Pelo
contrário, muitas ameaças e desafios existentes tornaram-se mais agudos.
Aumentou a rivalidade política e militar entre os
que tomam as decisões políticas globais e regionais, e entre os países
individuais.Vemos conflitos sangrentos em vários países no Médio Oriente, na
Ásia e na África.Os grupos terroristas internacionais, essencialmente os
exércitos terroristas, a receber o apoio tácito e às vezes, até aberto, de
alguns países que participam activamente nesses conflitos.
Na Cimeira
da NATO/OTAN, no passado mês de Julho, em Varsóvia, a Rússia foi declarada como
sendo a principal ameaça à Aliança, pela primeira vez, desde 1989, e a NATO
declarou oficialmente que a sua nova missão é circunscrever a Rússia. É com
este objectivo que a NATO se continua a expandir. Esta ampliação já estava em
curso anteriormente, mas agora eles acreditam que têm razões mais preocupantes
para fazê-lo. Intensificaram a expansão das armas estratégicas e convencionais para
além das fronteiras nacionais dos principais Estados membros da NATO.
Estão a provocar-nos constantemente e
estão a tentar atrair-nos para um confronto. Vemos os seus esforços continuados
para interferir nos nossos assuntos internos, numa tentativa de desestabilizar
a situação social e política na própria Rússia.
Assistimos, também, ao surto dramático recente no
sudeste da Ucrânia. Esta escalada tem o objectivo claro de impedir que os
acordos de Minsk prossigam. Obviamente, as autoridades ucranianas actuais não
estão a procurar uma solução pacífica para este problema tão complexo e decidiram
optar pelo uso da força. Mais ainda, falam abertamente em organizar sabotagem e
terrorismo, particularmente na Rússia. É, manifestamente, um assunto de grande
preocupação.
Os acontecimentos e
as circunstâncias que mencionei exigem que nossos serviços de segurança e de
informações, especialmente o Serviço Federal de Segurança/FSB concentre a sua atenção e esforços na tarefa
suprema de combater o terrorismo.
Já vimos que os
nossos serviços secretos deram sérios golpes nos terroristas e nos seus
cúmplices. Os resultados do ano passado confirmam-no: o número de crimes
relacionados com o terrorismo diminuiu.
O trabalho preventivo também trouxe resultados. O FSB e
outras organizações de segurança, como a Comissão Antiterrorista Nacional,
agindo como coordenadora, impediram 45 crimes relacionados com terrorismo,
incluindo 16 ataques terroristas que foram planeados. Mereceis uma gratidão especial por esse facto.
Precisais de
continuar os vossos esforços activos para identificar e bloquear a actividade dos
grupos terroristas, eliminar o apoio financeiro, impedir as actividades dos
seus informantes do exterior e a sua actividade perigosa na Internet e ter em
consideração, neste trabalho, a experiência russa e a perícia internacional,
nesta área.
O assassinato de
nosso Embaixador na Turquia foi um crime terrível que destacou especialmente a
necessidade de proteger os nossos cidadãos e as nossas missões no estrangeiro. Peço-vos que trabalhem
em conjunto com o Serviço de
Informação Externa para tomarem medidas adicionais, a fim de garantir a sua
segurança.
Devem trabalhar,
igualmente, para conduzir a um novo
nível, a nossa cooperação anti-terrorista
com os parceiros no estrangeiro, apesar das dificuldades que vemos em várias
áreas da vida internacional. Claro que é uma prioridade intensificar o trabalho
com os nossos parceiros em organizações como a ONU, a CSTO e a Organização de
Cooperação de Xangai.
É de nosso interesse
comum restabelecer o diálogo com os Serviços Secretos dos EUA e com outros
países membros da NATO. Não é devido a qualquer falha nossa que esses laços se quebraram e não se estejam a desenvolver. É muito claro que todos os países
responsáveis e grupos internacionais devem trabalhar em conjunto no combate
ao terrorismo, porque mesmo o simples intercâmbio de informações sobre os
canais e fontes de financiamento dos terroristas e sobre as pessoas envolvidas
ou suspeitas de ligação com o terrorismo, pode melhorar substancialmente os
resultados dos nossos esforços comuns.
A nossas prioridades incluem a supressão
firme do extremismo. Os métodos de segurança devem prosseguir, lado a lado, com o
trabalho de prevenção constante. É essencial evitar que o extremismo atraia os
jovens para as suas redes criminosas e estabelecer uma rejeição geral firme ao
nacionalismo, à xenofobia e ao radicalismo agressivo. Neste contexto, é de
grande importância o diálogo aberto com as instituições da sociedade civil e com
os representantes das religiões tradicionais da Rússia.
Hoje em dia, os Serviços
de Contra Informação também enfrentam uma solicitação mais frequente. Os dados
operacionais mostram que a actividade dos Serviços Secretos estrangeiros, na
Rússia, não diminuiu. No ano passado, os nossos serviços de contra-espionagem
puseram um fim ao trabalho de 53 agentes de Serviços Secretos estrangeiros e a
386 agentes.
É importante neutralizar os esforços dos serviços de
informações estrangeiros para conseguir aceder a informações confidenciais,
particularmente às informações relativas às nossas capacidades militares e técnicas.
Este facto faz com
que seja prioritário melhorar o nosso sistema de protecção de informações secretas
que compreendem segredos de Estado, particularmente com instituições que
movimentam um sistema electrónico de circulação de documentos.
Gostaria de salientar que o número de ataques
cibernéticos sobre os recursos oficiais de informação triplicou em 2016 em
relação a 2015. Neste contexto, cada agência/organização deve desenvolver o seu segmento do
sistema estatal de detecção e prevenção de ataques cibernéticos sobre os
recursos de informação e eliminar as suas consequências.
O público espera melhores resultados em áreas tão
importantes como sejam: a segurança económica e a luta contra a corrupção.
Peço-vos que sejam particularmente minuciosos no acompanhamento dos fundos destinados
à aquisição da Defesa do Estado (um assunto que já mencionei anteriormente),
grandes projectos de infraestruturas, preparação de grandes eventos
internacionais e implementação de programas federais direccionados e
socialmente importantes. Lamentavelmente, ainda vemos muitos casos de fundos
estatais a ser roubados ou desviados.
A
protecção fiável das nossas fronteiras desempenha um papel importante na
garantia da segurança global do nosso país. Aqui, a prioridade é fechar os
canais através dos quais os membros de grupos terroristas e extremistas
internacionais entram na Rússia e travar firmemente todas as formas de
contrabando, desde armas até às drogas e vários recursos biológicos.
Temos de continuar, naturalmente, a desenvolver a infraestrutura das fronteiras
onde ainda não está suficientemente desenvolvida, especialmente no Extremo
Oriente e no Árctico.
Colegas, permitam-me salientar que continuaremos a reforçar os poderes
centrais e regionais do FSB e a assegurar de que dispõem do equipamento e das armas mais avançadas. Continuaremos
também a dar atenção aos benefícios sociais para o pessoal do FSB e para os
seus familiares.
Desejo
que sejam bem sucedidos na protecção dos nossos interesses nacionais e da
segurança do nosso país e do nosso povo. Estou confiante de que vão continuar a
trabalhar com dignidade para alcançarem os vossos objectivos.
Grato pela vossa atenção.
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
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