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Tuesday, January 15, 2019

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Na reunião da executiva estadual do Rio de Janeiro do Partido Trabalhista Brasileiro (PDT) ocorrida no dia 11 de janeiro, Ciro Gomes, terceiro colocado nas últimas eleições presidenciais e considerado por muitos como a força política de centro esquerda capaz de fazer frente ao eixo estrutural do novo governo, analisou o cenário atual do Brasil após a posse de Jair Bolsonaro: “A equipe de Bolsonaro tem seu núcleo em questões relevantes onde há contradições que precisamos atuar. A primeira das contradições é seu núcleo militar, de formação nacionalista, de direita, mas de uma direita à brasileira que não é a direita internacionalista, entreguista e financista. Esse núcleo militar está em conflito grave com Bolsonaro pois Paulo Guedes (civil e ministro da economia de Bolsonaro F.N) quer reduzir o Estado brasileiro a uma existência mínima que não interessa aos militares como dar de graça o petróleo brasileiro para empresas estrangeiras num país cujas finanças estão colapsadas e destruir a Embraer” o que impede qualquer possibilidade de execussão da Estratégia Nacional de Defesa, fundamental para a segurança das nossas riquezas, para o desenvolvimento científico-tecnológico e de grande capacidade de geração de empresas de conteúdo nacional, emprego e renda (F.N).
Ciro Gomes afirmou que “ Passamos pelo maior processo de desindustrialização do Planeta. Foram fechadas 13 mil indústrias nos últimos três anos, da falência do governo de Dilma (do PT) ao alvorecer do governo Bolsonaro e tudo tende a piorar pois a condição de existência da indústria brasileira está sendo destruída que é financiamento, acesso a mercados internacionais e uma política exterior engajada inviabilizada pela diplomacia de Bolsonaro que já abriu discórdias com a China, com a Venezuela, com o Mercosul e com o mundo árabe (todos grandes parceiros comerciais do Brasil) em apenas 9 dias”. Ainda segundo o líder trabalhista, de nada serve as picuinhas moralistas travadas entre o PT e Bolsonaro “Nossa agenda terá uma plataforma de assuntos práticos: nível de emprego, proporção dos salários na renda nacional, renda média do trabalhador, renda média do aposentado, nível de endividamento financeirizado do consumidor e das empresas, recomposição da capacidade de financiamento do Estado, da sua estrutura de planejamento da economia nacional e recomposição da engenharia nacional baseada na nossa inteligência presente nos nossos centros de pesquisa civis e militares”.
Ciro Gomes concluiu afirmando que o trabalhismo tem que retornar ao centro estratégico do Brasil: “O trabalhismo dá resposta à questão da pobreza, porque o trabalhismo entendeu que o mecanismo do turbo capitalismo solto produz inequidade, produz concentração de renda, produz instabilidade e crise, daí que fizemos toda a rede de proteção social, de proteção ao trabalho e um conjunto de outras formulações em que o emprego público tomou um papel relevante não tanto pelo emprego em si mas para a formação de uma elite dirigente nacionalista que nós também estamos perdendo”.
Nota de P.F. – o Trabalhismo foi instituído na revolução de 1930 a partir da liderança de Getúlio Vargas e dos Tenentes, oficiais nacionalistas que a partir do épico episódio dos “18 do Forte de Copacabana” em 1922 construíram o Tenentismo (curiosamente o movimento que também criou o comunismo no Brasil a partir do Tenente Luís Carlos Prestes). Na prática os tenentes foram tanto eixo militar como operacional das estruturas civis do período Vargas (1937-1945). O golpe de Estado de 1964 foi a recomposição do trabalhismo, desta feita levada a cabo pelo tenentismo, com os mesmos protagonistas que atuaram com Vargas, só que como Generais, dado que de 1945 até 1964 foram ascendendo dentro da estrutura do Exército. É fundamental se entender que Ivete Vargas (filha, assessora e confidente de Vargas) apoiou os Generais de 1964 até seu falecimento em 1983. Trata-se de um período amplamente documentado mas que ainda divide artificialmente a história política e econômica do Brasil. Para obtenção de informações biográficas e bibliográficas sobre o período de 1930 até os anos de 1980, (incluso acerca do General Ernesto Geisel, um dos mais atuantes tenentes e o Presidente General que concluiu o grande ciclo social desenvolvimentista de 1930 até 1980) vide:  http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/geisel-ernesto


 Dados biográficos de Ivete Vargas
Nome completo: Ivete Vargas
Nascimento: 17/7/1927; São Borja; RS; Brasil;
Falecimento: 3/1/1984; São Paulo; SP; Brasil;
Formação: Licenciou-se em História, Geografia e Letras Neolatinas pela Faculdade de Filosofia da PUC-RJ.
Atividade: Jornalista; deputada federal representando o Estado de São Paulo (1951-1969 e 1983); presidente do Partido Trabalhista Brasileiro - PTB (1979-1983). 

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