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do Brazil
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Na
reunião da executiva estadual do Rio de Janeiro do Partido Trabalhista
Brasileiro (PDT) ocorrida no dia 11 de janeiro, Ciro Gomes, terceiro colocado
nas últimas eleições presidenciais e considerado por muitos como a força
política de centro esquerda capaz de fazer frente ao eixo estrutural do novo
governo, analisou o cenário atual do Brasil após a posse de Jair Bolsonaro:
“A equipe de Bolsonaro tem seu núcleo em questões relevantes onde há
contradições que precisamos atuar. A primeira das contradições é seu núcleo
militar, de formação nacionalista, de direita, mas de uma direita à brasileira
que não é a direita internacionalista, entreguista e financista. Esse núcleo
militar está em conflito grave com Bolsonaro pois Paulo Guedes (civil e
ministro da economia de Bolsonaro F.N) quer reduzir o Estado brasileiro a uma
existência mínima que não interessa aos militares como dar de graça o petróleo
brasileiro para empresas estrangeiras num país cujas finanças estão colapsadas
e destruir a Embraer” o que impede qualquer possibilidade de
execussão da Estratégia Nacional de Defesa, fundamental para a segurança das nossas
riquezas, para o desenvolvimento científico-tecnológico e de grande capacidade
de geração de empresas de conteúdo nacional, emprego e renda (F.N).
Ciro
Gomes afirmou que “ Passamos pelo maior processo de
desindustrialização do Planeta. Foram fechadas 13 mil indústrias nos últimos
três anos, da falência do governo de Dilma (do PT) ao alvorecer do governo
Bolsonaro e tudo tende a piorar pois a condição de existência da indústria
brasileira está sendo destruída que é financiamento, acesso a mercados internacionais
e uma política exterior engajada inviabilizada pela diplomacia de Bolsonaro que
já abriu discórdias com a China, com a Venezuela, com o Mercosul e com o mundo
árabe (todos grandes parceiros comerciais do Brasil) em apenas 9 dias”.
Ainda segundo o líder trabalhista, de nada serve as picuinhas moralistas
travadas entre o PT e Bolsonaro “Nossa agenda terá uma plataforma de
assuntos práticos: nível de emprego, proporção dos salários na renda nacional,
renda média do trabalhador, renda média do aposentado, nível de endividamento
financeirizado do consumidor e das empresas, recomposição da capacidade de
financiamento do Estado, da sua estrutura de planejamento da economia nacional
e recomposição da engenharia nacional baseada na nossa inteligência presente
nos nossos centros de pesquisa civis e militares”.
Ciro
Gomes concluiu afirmando que o trabalhismo tem que retornar ao centro
estratégico do Brasil: “O trabalhismo dá resposta à questão da pobreza,
porque o trabalhismo entendeu que o mecanismo do turbo capitalismo solto produz
inequidade, produz concentração de renda, produz instabilidade e crise, daí que
fizemos toda a rede de proteção social, de proteção ao trabalho e um conjunto
de outras formulações em que o emprego público tomou um papel relevante não
tanto pelo emprego em si mas para a formação de uma elite dirigente
nacionalista que nós também estamos perdendo”.
Nota
de P.F. – o Trabalhismo foi instituído na revolução de
1930 a partir da liderança de Getúlio Vargas e dos Tenentes, oficiais
nacionalistas que a partir do épico episódio dos “18 do Forte de Copacabana” em
1922 construíram o Tenentismo (curiosamente o movimento que também criou o
comunismo no Brasil a partir do Tenente Luís Carlos Prestes). Na prática os
tenentes foram tanto eixo militar como operacional das estruturas civis do
período Vargas (1937-1945). O golpe de Estado de 1964 foi a recomposição do
trabalhismo, desta feita levada a cabo pelo tenentismo, com os mesmos
protagonistas que atuaram com Vargas, só que como Generais, dado que de 1945
até 1964 foram ascendendo dentro da estrutura do Exército. É fundamental se
entender que Ivete Vargas (filha, assessora e confidente de Vargas) apoiou os
Generais de 1964 até seu falecimento em 1983. Trata-se de um período amplamente
documentado mas que ainda divide artificialmente a história política e
econômica do Brasil. Para obtenção de informações biográficas e
bibliográficas sobre o período de 1930 até os anos de 1980, (incluso acerca do
General Ernesto Geisel, um dos mais atuantes tenentes e o Presidente General
que concluiu o grande ciclo social desenvolvimentista de 1930 até 1980)
vide: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/geisel-ernesto
Dados
biográficos de Ivete Vargas
Nome
completo: Ivete Vargas
Nascimento: 17/7/1927; São Borja; RS; Brasil; Falecimento: 3/1/1984; São Paulo; SP; Brasil; Formação: Licenciou-se em História, Geografia e Letras Neolatinas pela Faculdade de Filosofia da PUC-RJ. Atividade: Jornalista; deputada federal representando o Estado de São Paulo (1951-1969 e 1983); presidente do Partido Trabalhista Brasileiro - PTB (1979-1983). |
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